Universidade FM (106,9 MHz) – São Luís/MA

A economia circular é um modelo sustentável que busca reduzir os danos do descarte de resíduos e desperdícioalimentar, que consiste na reutilização de materiais que acabariam no lixo.  É uma forma de reduzir os impactos da chamada Economia Linear, que funciona a partir da produção - consumo -descarte. As upcycling foods são uma forma de colocar a economia circular em prática, e ainda, resultado da transformação de ingredientes normalmente descartados — cascas, bagaços esubprodutos de alimentos — em novos produtos alimentícios. Nessa perspectiva, a pesquisa “Upcycling de pescado face à economia alimentar circular na produção de farinha” propõea criação de uma farinha que utiliza como matéria-prima a cabeça, espinhas e barbatanas da tilápia do nilo.  Esses resíduos, normalmente descartados após o beneficiamento, foram adquiridos nos mercados de Imperatriz, a 626 quilômetros de São Luís. Para produção dessa farinha, a acadêmica do Curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Luana Costa de Souza, precisou submeter os materiais à higienização para evitar o odor forte do peixe. Também precisou cozer os resíduos para torná-los maismaleáveis. Houve ainda a drenagem e prensagem para remoção de água, desidratação e arrefecimento, como forma de preservar aqualidade da farinha. “A indústria pesqueira gera uma grande quantidade de resíduos. Cerca de 60% da biomassa do peixe são compostas por resíduos que serão desperdiçados. E o descarte excessivo dos resíduos de peixe agrava os problemas ambientais, contribuindo para poluição aquática, emissão de gases, contaminação do solo e águas subterrâneas. E isso é resultado de uma falha na gestão de recursos, porque esses resíduos poderiam ser transformados em produtos com diferentes usos, como biocombustíveis ou farmacêuticos, por exemplo”, explicou a pesquisadora, Luana Costa. A utilidade da farinha à base de tilápia é, principalmente na produção de pães, biscoitos e barras alimentares, umaalternativa mais nutritiva do que a farinha comum.  Além disso, está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo impacto positivo no desperdício de alimentos, redução de resíduos, criação de empregos, promoção da inovação e economia circular.Sob orientação da Prof.ª Dra. do Curso de Engenharia de Alimentos, Tatiana Oliveira Lemos, a pesquisa ficou em terceiro lugar no Prêmio FAPEMA 2024, na categoria Jovem Cientista - Área: Ciências Agrárias. Confira!