O Consórcio DRM (www.drm.org) e o ATSC, Advanced Television Systems Committee (www.atsc.org), assinaram um acordo de parceria institucional mútua. Este acordo garante ao DRM e ao ATSC direitos iguais e acesso recíproco por ambas as organizações.
O acordo foi concebido para promover uma colaboração estreita entre os dois órgãos de padronização, com o objetivo de aumentar a adoção de ambos os padrões em todo o mundo. Além disto, abre caminho para desenvolver o oferecimento de serviços do DRM por meio de transmissões ATSC 3.0.
O Digital Radio Mondiale (DRM) é um sistema de rádio digital, padronizado de forma aberta, para todas as frequências e necessidades de cobertura. Em ondas curtas, médias e longas, até 30 MHz, o DRM oferece cobertura de grandes áreas com qualidade FM. Em FM e VHF acima de 30 MHz, o DRM permite serviços flexíveis com até 3 programas de áudio estéreo mais componentes multimídia.
O padrão DRM está sendo demonstrado, pronto para lançamento ou já em uso em países como Índia, China, Indonésia, África do Sul, países europeus, entre outros.
O ATSC busca desenvolver padrões voluntários e práticas recomendadas para a televisão digital terrestre, promovendo uma integração de padrões de radiodifusão e de telecomunicações para impulsionar a indústria.
As transmissões ATSC 3.0 estão sendo testadas na Índia, Canadá e México e o Brasil identificou elementos-chave do sistema ATSC 3.0 para seu sistema de próxima geração [de TV 3.0], juntando-se à Coreia do Sul, Jamaica, Trinidad e Tobago e EUA, que já estão no ar ou planejam lançamentos em breve.”
Madeleine Noland, presidente do ATSC, destacou: “Estamos entusiasmados em formalizar nossa colaboração com o Consórcio DRM por meio deste acordo de associação institucional recíproco. Essa parceria não só reforça nosso compromisso com o avanço das tecnologias de transmissão, mas também abre caminho para esforços contínuos em levar serviços DRM através de transmissões ATSC 3.0, ampliando o acesso a rádios digitais de alta qualidade e criando novas oportunidades para emissoras ATSC 3.0. Isso é especialmente relevante em países como a Índia, onde o DRM já tem uma base consolidada de usuários, além de locais como o Brasil e Indonésia, que estão avaliando opções.”
Ruxandra Obreja, presidente do DRM, comemorou a assinatura do acordo: “Há sinergias claras entre nossas duas organizações sem fins lucrativos, além de sobreposições geográficas em nossas atividades, já que nossas soluções inovadoras podem oferecer um futuro digital do século XXI para a mídia em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Criar soluções robustas, integradas e prontas para uso é um objetivo que DRM e ATSC compartilham totalmente. Por isso, considero este acordo de associação institucional muito significativo para todos os nossos membros. Estou muito animada com nossas próximas iniciativas conjuntas.”
O case do grupo de mídia Sinclair
O Sinclair Broadcast Group (SBG) é uma empresa de mídia diversificada dos EUA que se concentra em notícias locais, esportes e entretenimento geral. É um dos maiores e mais diversificados radiodifusores de televisão do país.
Em abril de 2021, com uma licença temporária especial (STA) da FCC, Mark Aitken, vice-presidente sênior de tecnologia avançada do SBG, ativou um transmissor de 100 W para iniciar as transmissões de TV em ATSC 3.0 a partir da sede corporativa da emissora em Hunt Valley, Maryland.
O objetivo era testar a recepção em dispositivos pequenos, como o smartphone MarkONE, compatível com ATSC 3.0, e, em especial, integrar o DRM ao aplicativo da empresa.
O lançamento coincidiu com o anúncio de uma parceria entre o Sinclair e o instituto de pesquisa de tecnologia alemão Fraunhofer IIS para oferecer serviços de áudio usando o padrão DRM no ATSC 3.0. (No início daquele ano, a Sinclair lançou transmissões simultâneas em 3.0 de suas estações de rádio em Seattle por meio do seu aplicativo DRM.)
“Estamos, na verdade, incorporando o serviço de rádio DRM ao ambiente do aplicativo de radiodifusão [3.0]”, disse Aitken. “Isso significa que esses serviços [DRM] serão transmitidos in-band e transportados da mesma forma que HEVC [codificação de vídeo de alta eficiência] e [Dolby] AC-4.”
Embora o DRM dependa do codec xHE-AAC do Fraunhofer e o codec de áudio especificado para a implementação do ATSC 3.0 nos EUA seja o Dolby AC-4, o codec de áudio não suportado pode ser integrado ao ecossistema 3.0 por meio do aplicativo da Sinclair, explica Aitken.
“Até mesmo aparelhos de TV, por meio do ambiente interativo do ATSC, poderão baixar esse aplicativo, usar o player [DRM] e integrar o player baseado em xHE-AAC ao ambiente operacional da TV,” diz ele.
O Sinclair planeja usar a eficiência de largura de banda do xHE-AAC para oferecer serviços de áudio estéreo com apenas 26 kbps por canal, pelo ar, por meio de seu aplicativo de radiodifusão 3.0. A empresa também está explorando como outros serviços baseados em DRM, como o “Journaline” do Fraunhofer (um serviço interativo de informações), podem beneficiar o público.
Fonte: Digital Radio Mondiale / Radio World