Hoje, a forma predominante para a maioria das pessoas deixou de ser a “posse” de músicas ou audiolivros, voltando-se para o modelo de “aluguel” do conteúdo por meio de assinaturas pagas.
A pesquisa Share Of Ear, da Edison Research, analisa o perfil de consumo de conteúdo de áudio no mercado americano e é uma boa referência para analisar este movimento em direção à economia do compartilhamento, uma transição do modelo de propriedade para o modelo de acesso. Mesmo sendo realizada em um mercado mais maduro que o brasileiro, é um bom indicador de tendências que vale ser observado.
No primeiro trimestre de 2025, pouco mais da metade dos americanos com 13 anos ou mais pagava por pelo menos uma assinatura de serviços de áudio. A maioria dessas pessoas pagava por apenas um serviço (35%). Há ainda os que pagavam por mais de um – 10% assinavam dois serviços e outros 6% pagavam por mais de dois.
Entretanto, mais interessante que os números absolutos é a evolução ao longo dos anos. Comparando os números do quarto trimestre de 2022 com o primeiro trimestre de 2025, praticamente os dois últimos anos, o percentual de americanos que pagavam por pelo menos um serviço manteve-se relativamente estável, girando em torno de 50%. No entanto, houve mudanças nos grupos que pagavam por um único serviço e os que pagavam por mais de dois. Neste período, a porcentagem de pessoas que assinavam mais de dois serviços caiu de 13% para 6%, enquanto a porcentagem de quem pagava por apenas um serviço aumentou de 28% para 35%.

Esta queda no número de assinaturas de serviços pode ser consequência da situação da economia americana e do corte de custos por parte dos usuários. Seja como for, ela pode marcar também a entrada da indústria na fase de “shakeout”, o processo de consolidação inicial e crescimento da dominância dos players mais fortes.
Fonte: Edison Research