A indústria da música se transformou e estamos agora na chamada era “pós-album”. O empacotamento em discos não é mais um limitador para a distribuição e o consumo das músicas nas plataformas de streaming se dá por seleção individual.
Diante dos catálogos de músicas destas plataformas que oferecem dezenas de milhões de opções, as playlists surgiram como solução para organizar a oferta e facilitar o consumo pelos usuários. De acordo com dados da Midia Research, cerca de 1 cada 3 usuários do Spotify usavam playlists ao final de 2018.
A construção de playlists começou com os próprios usuários. Em 2015 o Spotify começou a oferecer playlists produzidas por curadores (Rap Caviar, Todays’s Top Hits e outras). Em seguida vieram as playlists personalizadas, mais fortemente baseadas em algoritmos (Discovery Weekly, Release Radar e Daily Mix). Por fim, mais recentemente, surgiram as playlists que combinam curadoria e algoritmos de sugestão.
Porém, outras iniciativas de produção de playlists vêm surgindo e merecem registro.
Soundsgood
É uma plataforma de compartilhamento que reúne uma comunidade de usuários, influenciadores, curadores, artistas e profissionais e empresas da área.
Através do Soundsgood é possível criar e compartilhar playlists, exportar para diversas plataformas de streaming e sites, converter formatos, ter acesso à lançamentos e promover músicas ou artistas.
Pandora Stories
Lançado no início do ano, é um recurso do Pandora, serviço de música americano, que combina músicas e podcasts em uma playlist. Ele foi desenvolvido para permitir que os artistas possam criar uma playlist que conte uma história incluindo músicas e falas. Porém, a mesma estrutura pode ser utilizada por outros produtores como podcasters, atores, celebridades e outros.
Stationhead
O Stationhead é um aplicativo que reúne uma comunidade na qual o usuário pode compartilhar uma programação combinando suas playlists do Spotify ou Apple Music com locução ao vivo.
Song Sommelier
O Song Sommelier é um projeto que produz playlists e procura dar à cada uma delas um empacotamento semelhante ao de um disco físico. As playlists são publicadas com uma “foto de capa” e há ainda um texto do curador, como se fossem as notas de capa do disco, contextualizando a produção e acrescentando outras informações.
Lost On Radio
O Lost On Radio é um projeto da Right Chord Music que produz um podcast e também mantém uma playlist no Spotify. Tem como proposta a descoberta e divulgação de novos artistas independentes, sem depender ou ficar restrito ao trabalho de divulgadores ou relações públicas. Em seu site, eles definem a forma como atuam: “É uma democracia, se nós gostamos, nós incluímos na nossa playlist. Para ter sua música em nossa playlist, visite nossa página de contato e submeta o seu trabalho”.
Social Listening
Outra forma de construir programação musical que deve ficar no radar é o “social listening”, que integra redes sociais e serviços de música. Há várias iniciativas nestes sentido (Playlist, LÜM, Revo e outros).
A última novidade nesta área está vindo do Spotify. Há poucos dias, foi noticiado que o Spotify está testando um recurso de “social listening”. É uma forma de um grupo de pessoas compartilhar o controle de sua reprodução. O acesso é fornecido através de um link ou código QR. Uma vez que alguém se junta, eles podem adicionar músicas à fila de reprodução. É um passo adiante do recurso existente de playlists compartilhadas.
EarBuds
Por fim, outra forma de criação de programação musical e distribuição é o compartilhamento, em tempo real, da sua própria playlist com amigos. Esta é a proposta, dentre outros, do app EarBuds.
Fonte: Music Industry Blog / TechCrunch / RAIN