Fred Jacobs, da Jacobs Media, em um post no blog da companhia, analisou um dos resultados da edição deste ano da tradicional pesquisa TechSurvey que investigou a percepção dos ouvintes sobre o uso da inteligência artificial no rádio.
Há motivo para preocupação sobre como o público percebe o uso da IA pelo rádio? O que a maioria dos ouvintes aceitará e onde colocarão limites? Estes foram os questionamentos que direcionaram a pesquisa em 2024 e que foram abordados em três dimensões:
- Produção comercial: Como os ouvintes se sentem em relação às vozes geradas por IA em anúncios da estação?
- Identificações e produção promocional: Está ok para as estações usarem IA para dar voz a posicionamentos básicos e identificação?
- Programas de rádio – E quanto a programas de rádio com voz de IA?
Para cada um destes itens foi formulada uma pergunta para o ouvinte com o seguinte texto base: “Uma das aplicações da tecnologia de IA é sua capacidade de clonar vozes – ou seja, fazer com que vozes artificiais soem como humanas e/ou copiar a voz de uma personalidade familiar. Algumas estações estão pensando em como podem usar a IA no futuro. Se uma estação que você ouve usasse a tecnologia de IA para [aqui entrava o tópico “produção comercial”, “identificação” ou “programas de rádio”], qual das seguintes opções melhor descreve sua opinião?”.
As respostas disponíveis para o ouvinte eram:
- Eu teria grandes preocupações com isso.
- Eu teria algumas questões com isso.
- Eu não teria problema com isso.
- Não tenho certeza / Não se aplica.
Das três possibilidades, usar IA no lugar do talento ao vivo é um ponto de ruptura para a maioria dos respondentes. Três em cada quatro expressam grandes preocupações com esse “caso de uso” para a IA.
Usar IA para “ler” a identificação de estações tem o melhor desempenho das três aplicações. Mas mesmo aí, as opiniões são divididas com aqueles que têm preocupações com isto.
O resultado da pesquisa reflete o sentimento do público, mas não significa uma aceitação ou rejeição definitiva de cada ponto investigado. Afinal, os respondentes não estão realmente ouvindo um áudio, mas são solicitados a tomar uma decisão com base em uma descrição por escrito de como uma estação pode usar essa tecnologia.
Em seu artigo, Jacobs destaca que o importante é as empresas utilizarem a inteligência artificial para criar uma experiência melhor para o cliente, no caso do rádio, o ouvinte. E conclui “Infelizmente, o rádio muitas vezes pergunta como pode usar um avanço como a IA para reduzir custos, criar eficiências e realizar mais com menos pessoas, porém, para o ouvinte, muitas vezes, esta é a última consideração”.
Fonte: Jacobs Media