O YouTube anunciou recentemente que, em janeiro, sua plataforma atingiu a marca de 1 bilhão de ouvintes mensais de conteúdo classificado como podcast. Além disso, a empresa informou que 400 milhões de horas de podcasts foram consumidas mensalmente através de TVs.
Para efeito de comparação, o Spotify havia reportado 120 milhões de ouvintes mensais de podcasts em novembro. Já o Apple Podcasts, segundo dados da Podtrac (empresa americana de análise de audiência de podcasts), possuía uma audiência menor em número de ouvintes mensais em janeiro deste ano, mas mantinha uma participação significativamente maior no volume de downloads.
É importante considerar que o número de 1 bilhão de ouvintes no YouTube inclui qualquer interação com conteúdos classificados como podcast, mesmo que o usuário tenha ouvido apenas por alguns segundos – inclusive em casos de reprodução automática. Ou seja, o alcance relatado não necessariamente reflete o tempo de consumo. Apesar disso, uma pesquisa da Edison Research, divulgada em outubro de 2024, indicou que o YouTube era a plataforma mais utilizada para ouvir podcasts.
A definição do que é considerado podcast no YouTube também chamou atenção. Segundo a empresa, cabe aos próprios criadores marcar suas playlists como “podcasts” no momento do envio do conteúdo. Na prática, isso significa que a página inicial de Podcasts do YouTube nos Estados Unidos reúne desde programas tradicionais de TV, como o NBC Nightly News e o PBS NewsHour, até playlists de matérias jornalísticas organizadas como podcasts, como o 7NEWS Just In, na Austrália.
O anúncio foi assinado por Tim Katz, que se apresentou como “Vice-Presidente de Parcerias, Podcasts” – um título que não havia sido amplamente utilizado anteriormente em comunicações oficiais ou em seu perfil no LinkedIn. Katz afirmou, em entrevista à Bloomberg, que o crescimento do consumo de podcasts no YouTube era uma tendência já existente, e que a plataforma apenas intensificou o movimento.
Apesar dos números impressionantes, parte da indústria do podcasting observa os dados com cautela. Justin Jackson, da Transistor, comentou em seu blog pessoal que a indústria pode estar superestimando o impacto do YouTube na vida dos ouvintes de podcasts. Já Hernan Lopez, fundador da Wondery, ressaltou que os 400 milhões de horas mensais de podcasts assistidos em TVs representam uma pequena fração do total de 30 bilhões de horas de consumo geral do YouTube nas telas grandes. Ele também destacou que o valor de US$ 2 bilhões frequentemente citado para o mercado de podcasts pode subestimar seu verdadeiro tamanho, já que não inclui receitas internacionais, de assinaturas ou de conteúdos em vídeo.
O cenário confirma que o papel do YouTube no universo dos podcasts continua crescendo, mas ainda gera debates sobre a forma como os números devem ser interpretados e sobre as dinâmicas específicas desse formato dentro da plataforma.
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Fonte: Podnews
